Por Lorraine Perillo

 A Metal Jam fez história ontem (08 de junho) no Imperator, prestigiada casa de shows no Rio de Janeiro, em mais um evento com ingressos esgotados. Apresentada por Jimmy London (Matanza Ritual) e Thiê Rock (Lion Heart), o espetáculo contou com a participação de 140 músicos, escolhidos a dedo para tocar 43 bandas que moldaram o Heavy Metal mundial.

O festival iniciou pontualmente às 17h com uma hora de clipes das bandas autorais dos participantes da Jam. Nomes como Mama Feet, Reckoning Hour, Innocence Lost, Thiago Millôres, Maya, Emet, Gargant, Pavio, Radio Front e outras tiveram seus clipes expostos em um telão atrás do palco. Logo em seguida, a apresentação dos artistas começou com um especial de 20 anos, mostrando fotos que marcaram momentos importantes do evento em anos anteriores.

Ao som de Vida Real, da saudosa banda RPM, a Big Jam Brasil apresentou seus talentosíssimos participantes, convocando o público a conhecer os melhores musicistas do Rio, que logo mostrariam seus poderes durante as mais de 4h de festa. E nada melhor para dar início a uma celebração de 20 anos do que uma belíssima apresentação de Master of Puppets, do Metallica.

Passando por diversas fases do rock, o show continuou com Eagle Fly Free do Helloween, seguida da música mais difícil do Guitar Hero, Through the Fire and Flames, do DragonForce e subiu consideravelmente o nível com os gigantes do Black Sabbath (Children of the Sea), Led Zeppelin (Immigrant Song) e Megadeth (A Tout Le Monde - Set Me Free). Durante a troca de palco, Thiê e London animaram o público, anunciando as bandas seguintes com muito humor e carisma. Logo após, teve Bat Country, do Avenged Sevenfold; Chop Suey!, do System of a Down e Roots Bloody Roots do Sepultura, em uma insanidade de instrumentos no palco.

Com uma setlist bem diversificada e contando com músicas queridas pelo público, a Metal Jam aumentou o ritmo ao som de Slayer (War Ensemble), Anthrax (Got The Time) e Pantera (Revolution Is My Name), e fez uma passagem pelo Nu Metal, com uma linda apresentação de In the End, do Linkin Park. Imitando a destreza de Tom Morello, a Jam seguiu com um manifesto gritado a plenos pulmões com Rage Against the Machine e a icônica Killing in the Name e resolveu vir um pouco mais para atualidade, trazendo a energia do Bring me the Horizon com a sua Can You Feel my Heart. Quase chegando na metade do show, sete integrantes devidamente mascarados e uniformizados subiram ao palco para cantar Psychosocial do Slipknot, fazendo com que o Imperator inteiro tremesse.

Não poderia faltar também, é claro, a menção honrosa ao grande Eloy Casagrande, que assumiu as baquetas da banda norte-americana e deixou o país orgulhoso. Elcio Pineschi, baterista da Metal Jam, usava a mesma máscara escolhida por Eloy. Quebrando tudo, quase literalmente, tivemos Break Stuff do Limp Bizkit e Going Under do Evanescence, seguida de perto por Wasted Years, do Iron Maiden; Set the World on Fire, do Symphony X; e The Mirror, do Dream Theater.

Em meio a tudo, uma lindíssima homenagem ao maestro do rock, cujo nome encabeça a lei de nº 5.645/RJ, cujo objetivo é transformar o dia 8 de junho oficialmente em "Dia do Heavy Metal', celebrando o estilo em que ele se manteve presente durante toda sua carreira. Duas de suas bandas foram representadas e uma gigantesca foto no telão fez mais de mil pessoas cantarem em uníssono e se emocionarem ao som de Nothing to Say, do Angra, e Fairy Tale, do Shaman. Ambas as músicas contaram com vocais femininos e Hanna Paulino elevou o single do Shaman a um nível muito maior do que ele poderia atingir e deixou os fãs em lágrimas.

Mesclando as fases do rock, a Metal Jam proporcionou o encontro de vozes femininas com End of all Hope, do Nightwish e Sensorium, do Epica. Para a próxima apresentação da noite, o festival contou com a participação do papa Gimmy IV, abençoando todos com uma contagiante performance de Mary on a Cross, da banda Ghost. Architects (Animals), Behemoth (Conquer All), Crypta (From The Ashes), Death (Pull The Plug), Suicide Silence (You Only Live Once), Hatebreed (Looking Down the Barrel of Today), Killswitch Engage (My Curse) e Halestorm (I Miss the Misery) também estiveram presentes na setlist e tiveram seus singles tocados com destreza.

Teve até uma participação para lá de especial dos próprios apresentadores. Jimmy London se reuniu ao grupo para cantar Bom é Quando Faz Mal, de sua própria banda, Matanza. Já Thiê Rock juntou-se à voz potente de Paula Ledo em Crazy Train, do Ozzy Osbourne. Perceptível para quem pudesse ver, ambos ficaram extremamente emocionados com as apresentações, tais quais pais orgulhosos de seus filhos prodígios.

O último ato foi uma intensa catarse ao som de Guns'n Roses (You Could be Mine), Aerosmith (Dream On), Whitesnake (Here I Go Again), Mötley Crue (Kickstart My Heart), Bon Jovi (You Give Love a Bad Name) e AC/DC (Thunderstruck). Fechando a noite, músicos, fãs, equipe e apresentadores quebraram todas as leis subindo ao palco juntos ao som de Breaking the Law, do Judas Priest.

Comemorando 20 anos de estrada, a Metal Jam iniciou seus trabalhos em uma pequena casa de shows em Campo Grande, também na cidade do Rio de Janeiro, e foi conquistando seu espaço ao longo dos anos. Por fim, há de se convir que a Metal Jam surpreende em cada edição, aquecendo o coração dos fãs com clássicos de todas as eras e agradando do mais jovem ao mais velho. Fácil dizer que o Méier recebeu o maior número de pessoas vestidas de preto por metro quadrado. Uma verdadeira odisseia trilhada com maestria por uma equipe extremamente dedicada em entregar o suprassumo da música. Quem esteve presente, com certeza, não saiu decepcionado.

Esse evento recebeu o apoio do edital 'Integra Rio' da Prefeitura do Rio de Janeiro, Funarj, Agenda Rock, Jam Experience, SECEC, Imperator e Governo do Estado do Rio de Janeiro A realização ficou por conta da Lighthouse, Striker Produções, Metal Jam e Tomarock Produções.

 

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