Depois do sucesso do TikTok, a ReelShort, plataforma chinesa de microsséries, de conteúdo apelativo, chegou a liderar downloads na loja americana da Apple e ameaça ser a nova febre da internet no inverno americano. O aplicativo de entretenimento mais popular em downloads, segundo o site financeiro chinês Yicai, foi lançado em agosto passado, fora da China, e oferece microsséries para serem vistas em dezenas de capítulos de um ou dois minutos.

Carlos Rafael Gimenes das Neves, professor do curso de Ciência de Dados e Negócios da ESPM, explica que nos últimos 50 anos houve uma queda muito drástica na quantidade de episódios de séries de TVs com a duração média de cada episódio por temporada. “Essa tendência de filmes ou séries curtas vem ganhando cada vez mais adeptos. O que ocorreu em anos atrás, que acostumaram a chamar de conteúdo horizontal, agora é dominado pela verticalização do conteúdo por causa das redes sociais”.

O especialista ressalta que a inovação embutida nos celulares, tablets, notebooks e smartwatch expandiram as redes sociais e possibilitaram o surgimento de ferramentas como TikTok e Instagram que baniram conteúdos estáticos e possibilitaram o compartilhamento de vídeos em alta definição e sofisticação.

“Há uma imensa expectativa para a indústria de "microdramas”, mas o ReelShort enfrenta outros desafios no mercado, o principal deles sendo seu modelo de negócios incomum. O formato de micro pagamentos desses micros streamings, num modelo sustentado apenas por propagandas e acesso gratuito limitado aos primeiros capítulos, dificilmente será o modelo de monetização para o negócio”, diz Neves, prosseguido: “além disso, o sucesso depende do tipo de usuário e sua afinidade com TikTok ou Instagram. A nova plataforma despertará curiosidade e pode levar à fidelização do usuário. E, claro, o quanto ele estará disposto a investir no seu entretenimento e como isso agregará no consumo do seu conteúdo. O futuro mostrará as cenas dos próximos capítulos”. 

O especialista está disponível para comentar o assunto.

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