Últimas semanas para visitar a exposição "Dança de Combate" do fotógrafo Edu Monteiro, que explora as danças de combate Laamb, Capoeira e Ladja.
Local: Sesc Copacabana
Período: Até 2 de junho
Para marcar o finissage, no sábado, dia 01 de junho, às 14h, acontece a oficina de toques, cantos e fundamentos da capoeira Angola, com o Mestre José Carlos, Grupo N'golo. Às 16h - debate “Danças de combate afro-diaspóricas, performance e ancestralidade”, com a participação de Edu Monteiro, dos curadores da exposição: Marcia Mello e o senegalês El Malick Ndiaye. A mediação é de Marina S. Alves.
A exposição “Dança de Combate”, do fotógrafo, pesquisador e professor Edu Monteiro, está aberta ao público até o dia 2 de junho no SESC Copacabana. Pela primeira vez, através de fotografias, esculturas e instalações audiovisuais, o artista apresenta a reunião de três danças de combate africanas e diaspóricas, ainda praticadas e ritmadas pelo canto e toque do tambor: a Laamb do Senegal, a Capoeira do Brasil e a Ladja da Martinica. A curadoria é do pesquisador senegalês El Hadji Malick Ndiaye e da pesquisadora brasileira Marcia Mello.
Segundo o fotógrafo, o interesse pelas lutas veio através da prática da Capoeira (que também foi objeto de pesquisa em trabalhos anteriores do artista) e pelas viagens de pesquisa para a África e o Caribe que culminou em uma tese de doutorado em artes pela UERJ.
No sábado, dia 01 de junho, às 14h, haverá a oficina de toques, cantos e fundamentos da capoeira Angola, com o Mestre José Carlos, do Grupo N'golo.
No mesmo dia, às 16h, acontece o debate “Danças de combate afro-diaspóricas, performance e ancestralidade”, com a participação do fotógrafo Edu Monteiro e dos curadores, Marcia Mello e El Malick Ndiaye, este online do Senegal. A mediação é da Fotógrafa educadora, artista visual e angoleira, Marina S. Alves.
A exposição, embora mantenha o diálogo com a fotografia de estilo documental em algumas instalações, transcende o óbvio ao explorar poeticamente essas três rotas através de obras audiovisuais e escultóricas. Isso leva os visitantes a uma experiência sensorial e quase transcendental.
Edu Monteiro, praticante da capoeira angola no Brasil, usa suas percepções aguçadas pela prática para materializar questões relevantes dos gestos afro-diaspóricos em suas obras. Durante suas viagens à Martinica e ao Senegal, o artista fotografou e coletou dados sobre essas manifestações de maneira poética, acumulando registros e informações essenciais para a compreensão esportiva, religiosa e cultural dessas práticas.
“A obra de Edu Monteiro possui um tripé de sustentação, que lida com a noção constante de tensão, equilíbrio e força. Corpos transcendentes lutam em dança e encontram harmonia num equilíbrio precário em campos opostos. Em surpreendente paradoxo, matéria e espírito se reconhecem no transe, no combate bailado e em suas representações poéticas, que atuam como mote de resistência atravessando os séculos de diáspora”, afirma a curadora Marcia Mello.
A exposição permanece aberta à visitação de terça-feira a domingo até o dia 2 de junho. O projeto foi selecionado por meio do Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar e é nessa linha que é uma realização da Rapsódia Empreendimentos Culturais.
EDU MONTEIRO
É artista e professor adjunto na FCS-UERJ. É doutor em Artes pela UERJ (2018), contemplado com o programa PDSE – CAPES junto à Universidade das Antilhas, Martinica, local onde pesquisou a Ladja. Como desdobramento dessa pesquisa, também passou duas temporadas no Senegal. Edu materializa suas investigações sobre as danças de combate e outras manifestações africanas e diaspóricas através de objetos escultóricos e fotografias, uma travessia que navega nos gestos de resistência corporal e nos atravessamentos das fronteiras físicas e culturais de suas expressões na contemporaneidade. Realizou as exposições individuais “Pedra Afiada” na galeria Movimento (2023), “Madureira em Transe” no Sesc Madureira em 2022, “Corpos em Luta” na galeria Movimento (2019), “Costas de Vidro” na Z42 (2018) e “Invisible Fight” no China Art Museum em Shanghai, China (2017). Foi primeiro lugar no XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia (2022). É autor dos livros Paisagem Vertical (Nau editora, 2022), Autorretrato Sensorial (Pingadoprés, 2015) e Saturno (Azougue Editorial, 2014) e responsável pelo ensaio fotográfico do livro Nos Quintais do Samba da Grande Madureira (Olhares, 2016). É representado pela galeria Movimento e tem obras nos acervos do MBA, MAM/RJ, entre outros.
Edu Monteiro
21-990408441
EL HADJI MALICK NDIAYE
Curador e pesquisador senegalês. Foi diretor artístico da última edição da Dak'art 2020-2021 (Bienal de Arte Contemporânea africana, que se realiza em Dakar, capital do Senegal), também dirige a Comissão de Encontros e intercâmbios do evento. É doutor em História da Arte pela Université Rennes II. É também licenciado pelo Instituto Nacional do Patrimônio e no Instituto Nacional de História da Arte (Paris). Possui pós-doutorado do Laboratório de Criação, Artes e Património de Excelência (Labex CAP) e do Centro de Investigação em Artes e Linguagem (EHESS / CNRS), atualmente é pesquisador no IFAN / Ch. A. Diop (Universidade Dakar Cheikh Anta Diop), curador do Museu Théodore Monod de Arte Africana e Secretário Geral do ICOM / Senegal.
MARCIA MELLO
Marcia Mello é bacharel em Letras pela UFRJ, pesquisadora, curadora e conservadora de fotografia. Sua formação se completou em estágio no Atelier de Restauration de Photographie de la Ville de Paris. Participou da implantação do Departamento de Fotografia do MAM/RJ, onde foi curadora entre 1988 e 1997. Prestou serviços para instituições públicas e privadas como o Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da FUNARTE e o Arquivo Nacional. Assinou a curadoria de exposições na Casa Roberto Marinho, Espaço Cultural BNDES, Museu de Arte do Rio, Paço Imperial, entre outros espaços institucionais na cidade do Rio de Janeiro e São Paulo. Autora dos livros “Só existe um Rio” (Andrea Jakobsson Estúdio, 2008) e “Refúgio do olhar, a fotografia de Kurt Klagsbrunn no Brasil dos anos 1940”, (Casa da Palavra, 2013) ambos em parceria com Mauricio Lissovsky e, mais recentemente, o livro “Artistas Fotógrafas de Alagoas – territórios poéticos em expansão”, pela editora Melani.
SERVIÇO:
Sábado, dia 01 de junho - Horário: 14h
Oficina de toques, cantos e fundamentos da capoeira Angola, com o Mestre José Carlos, Grupo N'golo Mestre
Sábado, dia 01 de junho - Horário: 16h
Debate sobre Danças de combate afro-diaspóricas, performance e ancestralidade - com a participação de Edu Monteiro, a Márcia Mello e o El Malick Ndiaye, mediados pela Marina S. Alves.
Exposição - Dança de Combate
Visitação: 08 de março a 02 de junho
Galeria do Sesc Copacabana – 1° andar
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro
Funcionamento: Terça-feira a domingo, das 10h às 19h
Entrada gratuita
Classificação indicativa: Livre
Telefone: 21 2548-1088
Instagram: @sesccopacabana